sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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Gene audiovisual Amanda Ferraz

Eugecine Luiza Cianga Ramiro





Obrigada pela atenção

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Gene Audiovisual

Vivemos no século XXI, o século da internet, do cinema, da tecnologia. Além de representar um grande aumento da agilidade e da praticidade para a sociedade, o avanço tecnológico, entre outros fatores, auxilia no que diz respeito à informação sobre esportes, política, entretenimento e principalmente sobre a saúde.

O audiovisual vem para facilitar ainda mais a divulgação de programas de conscientização da população. Comerciais, novelas, filmes e seriados, abordam temas da genética muito interessantes que, ao mesmo tempo em que informam, entretêm o público.

Existe um seriado na TV a cabo chamado Dr. House (ou Doutor House, em português) que mostra de forma didática doenças raras, muitas vezes genéticas que a maioria das pessoas desconhece. Nos episódios, a câmera “entra” no corpo humano e mostra o que acontece dentro deste no doente.


São programas como esse que fazem com que as pessoas se interessem mais pela genética, pelas doenças e pela saúde. Esse tipo de efeito valoriza tanto o recurso do audiovisual como a genética envolvida, pois é possível entender e se interessar pelo assunto.

O filme Gattaca[1] (1995), por exempo, retrata uma sociedade na qual os seres humanos são escolhidos geneticamente em laboratórios.
Esse procedimento acaba criando uma distinção de quem está mais apto para fazer o que na sociedade e em que tal manipulação genética criou espécies de castas, preconceitos e divisões sociais, aparentemente legitimadas pela ciência no filme.
Esse filme explora o audiovisual para mostrar possíveis conseqüências que possam vir a afetar a humanidade, a partir de alterações genéticas, ou até exames para determinar a “eficiência” de cada um.Apesar de o filme ser antigo e de ficção, retrata a manipulação genética que é um assunto atual e de bastante repercussão no mundo todo.


Outro filme que também aborda a manipulação genética é “A Ilha” no qual, em 2019, uma empresa multimilionária vende clones.
Os clones gerados vivem em um complexo com a desculpa de que um vírus mortal invadiu a terra e que são os únicos sobreviventes. A grande expectativa de todos é ir para ‘A Ilha’ – o único lugar no planeta onde esse vírus não chega – e para chegar lá, precisam ganhar numa espécie de “loteria”




A eugenia (Estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente.)[2]- foi um fator decisivo para a consolidação da Segunda Guerra mundial, na qual judeus eram considerados inferiores.

O filme “O menino do pijama listrado” se passa na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial. O personagem Bruno de 8 anos, é filho de um oficial nazista que trabalha em um campo de consentração. Isto faz com que toda dua família se mude para uma área próxima ao campo.[3]


O menino começa a explorar o local e encontra um menino com idade próxima a sua, que veste um pijama listrado e se encontra o outro lado de uma grade;.Bruno passa a visitá-lo freqüentemente, consolidando uma amizade. O único problema é que o garoto é judeu e esta dentro do campo de concentração. Um certo dia, Bruno entra no campo por um buraco que ambos fizeram para ajudar o menino de pijamas a encontrar seu pai e não volta mais.


Várias outras Guerras são mostradas no documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos” [4]. Este documentário retrata Humilhações, protestos, desespero e assassinatos, causados principalmente por conflitos étnicos onde uma raça se acha melhor do que a outra, assim como na segunda guerra mundial.


Todo o filme é exibido em preto e branco, apenas no fim é que um cemitério aparece em cores. No portal está a frase “Nós que aqui estamos por vós esperamos”, cuja qual deixa ao espectador pensamentos e perguntas que só a linguagem cinematográfica é capaz de reproduzir.

Desta forma, é necessário perceber a importância da comunicação audiovisual para que doenças, curiosidades e tantos outros assuntos possam ser divulgados e entendidos por todos.

[3] - O menino do pijama listrado – Mark Herman (UK- 2008)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Asperger e cinema, ligados por bases nitrogenadas

escrito por Fernanda Savoia Trindade




Foi em Paris, 1895, onde aconteceu a primeira exibição pública cinematográfica. Porém, nem Lumière, um dos inventores do cinema, acreditava que este poderia ser encarado como arte. O “cinematógrapho”, segundo ele próprio, fora desenvolvido em prol da ciência e seria utilizado, portanto, somente para pesquisas. Porém, hoje, tal área de intensa exploração audiovisual, inicialmente apenas visual, utiliza de sua linguagem para transmitir desde a pura realidade até a ficção mais surrealista.
                Defendendo a idéia de que o cinema fora utilizado como meio de manipulação pela burguesia, Jean- Claude Bernardet, em seu livro “O que é Cinema?”, afirma: “A mecânica elimina a intervenção e assegura a objetividade. Portanto, sem intervenção, sem deformações, (...), coloca na tela a própria realidade”. Porém, podemos notar que tal meio não encontra sua utilização apenas nisso. Este é capaz de nos colocar em contato com assuntos muitas vezes desconhecidos, e ao mesmo tempo, interessantíssimos. É o caso da abordagem, por exemplo, de campos que englobam a psicologia e a medicina.
                Dentre as áreas citadas acima, é possível destacar um assunto em específico que, com certa freqüência, é abordado pelo cinema. Estou falando da Síndrome de Asperger. Podemos observar seus aspectos marcantes em filmes como “Loucos de Amor” e a animação “Mary and Max”. Ainda poderíamos citar “Rain Man”, porém este aborda o Autismo, cujas diferenças em relação à SA são significativas.



trailer “Rain Man"

























trailer “Mary and Max"






















www.maryandmax.com (site oficial do filme)



Há sessenta anos, Hans Asperger, um psiquiatra austríaco, escreveu sobre crianças extremamente inteligentes, que, porém, apresentavam uma série de comportamentos comuns em pessoas com Autismo, tais como dificuldades claras ao se relacionar e se comunicar. Esta condição foi chamada de Síndrome de Asperger, em 1981. Em 1984, foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID.10), pela OMS, manual utilizado pelos profissionais da saúde mental.

Resumidamente, a SA consiste em uma forma leve do Autismo clássico. Segundo Paulo Teixeira, licenciado em Psicologia pela Universidade Lusíada do Porto (Portugal), “Apesar de existirem algumas semelhanças com o Autismo, as pessoas com SA geralmente têm elevadas habilidades cognitivas (pelo menos Q.I. normal, às vezes indo até às faixas mais altas) (...).”. Ainda segundo Teixeira, “(...) enquanto o Autismo tem sido encontrado à taxa de 4 a cada 10.000 crianças, estima-se que a SA esteja na faixa de 20 a 25 por 10.000(...).”. 

Estudos mostram que a Síndrome mostra-se mais freqüente em homens do que em mulheres. Porém, a razão para isso é desconhecida. E, também, não há comprovação científica de que haja, em todos os casos, influência genética. Porém, em certos casos em que o pai é afetado ou possui alguns dos sintomas, tal influência é clara. Além disso, fatores genéticos parecem ser mais comuns quando tratamos de Asperger do que do Autismo clássico.

                Em termos leigos, é possível dizer que, de modo geral, portadores da SA apresentam: expressões faciais incomuns, que não correspondem ao esperado; dificuldade em interpretar e aprender as capacidades da interação social; dificuldade em manter contato visual direto com as pessoas; gestos corporais incomuns, muitas vezes “mecânicos”; interesses focados em áreas específicas; falta de interesse espontâneo em dividir experiências com os outros; falta de reciprocidade emocional e social; etc. E, segundo um relatório de fevereiro de 2007, do “Center for Disease Control and Prevention”, constatou que 1 pessoa em 150 tem Asperger, ou algum outro transtorno autista. 

                Ao realizar a leitura do livro “Olhe nos meus Olhos”, em que o autor John Elder Robison sofre de SA e relata seus triunfos e dificuldades, pude relacioná-lo com os filmes já citados. Em “Loucos de Amor”, a imagem do protagonista Josh Hartnett nos chama atenção, pois se trata do único personagem que não consegue manter os olhos fixos na pessoa com quem fala. No livro, John conta que, em sua infância e juventude, era visto como “mau-caráter” por não olhar as pessoas nos olhos. Quando, na verdade, fazia isso, pois se dispersava facilmente das conversas. Portanto, necessitava se focar em um ponto fixo, onde não obtivesse muitas ações simultâneas em seu campo visual.


Outro aspecto que é, talvez, o mais marcante, é a falta de compreensão quanto à interação social dos afetados pela SA. Tanto no livro quanto na animação “Mary and Max”, os portadores da síndrome têm dificuldades ao lidar com situações simples do cotidiano. No filme, Max é acompanhado por um psiquiatra (Dr. Bernard Hector Hazelhoff) o qual lhe dá conselhos que permitem que Max não destrua seus relacionamentos.

                No filme, a vizinha de Max (Ivy Ruby Bevan), idosa e praticamente cega, se mostra muito companheira deste ao longo da história. Faz-lhe comida e o ajuda a manter a casa quando Max passa um período de tempo no hospital. Ivy dizia que Max cheirava a licor e livros velhos. Já Max, achava que Ivy cheirava a remédios e urina. Porém, Dr. Bernard diz a Max para que não diga nada a Ivy. Tal situação mostra que o óbvio para a maioria das pessoas, ou seja, o que devemos dizer e o que devemos guardar para nós, pode não ser nem um pouco para alguém com a SA.
                Fora inúmeras outras cenas em que podemos notar o mesmo aspecto abordado acima, há também a inquietação e nervosismo de Max ao receber as cartas de Mary, sua amiga de 8 anos. Este chega a depender de remédios para conter suas emoções.

Já no livro, o autor mostra como que, quando criança, interagia durante conversas: “ (...) E, aos nove anos, tive uma revelação: aprendi a conversar com outras crianças. Quando alguém me dissesse: ‘Olha meu caminhão’, ele esperava que eu respondesse algo que fizesse sentido dentro do contexto daquela frase. Antes dessa revelação, eu teria respondido: a) Eu tenho um helicóptero./ b)Quero alguns biscoitos./ c)Minha mãe está brava comigo./ d)Andei a cavalo no parque.”.


O modo humorado com que John apresenta seus pensamentos acima pode ser notado, também, em várias cenas do filme para revelar certas “manias” de Max. Um exemplo disso é o fato de que a personagem utiliza capacete ao sair às ruas durante a primavera. Pois, quando criança, nesta mesma época, um corvo havia colidido com sua cabeça, o levando à enfermaria da escola.

Quando Mary se forma em Psicologia, esta escreve um livro sobre Max, tratando da Síndrome de Asperger. Este não recebe nem um pouco bem a notícia. E o principal motivo para isso, é que na carta enviada por Mary, para contar a novidade, estava escrito que “havia esperança para a cura de sua doença”. E na verdade, Max não só aceitava seu jeito de ser, como também tinha orgulho de ser um Asperger. Ao mesmo tempo em que John Elder afirma na pág. 19 de seu livro: “Levou bastante tempo para que eu chegasse a este ponto, para saber quem eu sou. Meus dias de clandestinidade acabaram. Orgulho-me de ser um Asperger.”.



Bibliografia:

BERNARDET, JC. O que é cinema?. São Paulo: Brasiliense, 2006 (Coleção Primeiros Passos; 9)
ROBISON, J. E. Olhe nos meus olhos: minha vida com Síndrome de Asperger. São Paulo: Larousse do Brasil, 2008
ELLIOT, A. Mary and Max. [Filme-vídeo]
NAESS, P. Loucos de Amor. [Filme-vídeo]
TEIXEIRA, P. Síndrome de Asperger. Universidade Lusíada do Porto, Portugal

Eugecine

escrito por: Luiza Cianga Ramiro



             Em 1883, Francis Galton criou o termo Eugenia,a palavra é derivada de uma junção de termos em grego cujo  significado é  “bem nascido”.Ela seria a explicação para a transmissão das características humanas.Segundo Galton, não apenas as características físicas eram passadas de pais para filhos, mas o caráter moral e mental também eram herdados.

Sir Francis Galton

            Ele acreditava que a sociedade podia ser melhorada através de processos seletivos matemáticos e biológicos, impedindo assim, que as defeitos,doenças e imperfeições  humanas se proliferassem.[1]





            O cinema surgiu como uma ferramenta multimídia, que pode passar informações para a sociedade através de imagens e sons. foi uma importante ferramenta para a difusão de idéias.
            Com esse principio de divulgar e defender as idéias, foram criados filmes de propaganda sobre a eugenia.Fora do contexto da propaganda há aqueles que abordam o tema como pano de fundo de sua trama.Os documentários, apresentam para o público imagens,entrevistas mostrando a eugenia e suas conseqüências na sociedade.
           







Cinema de propaganda

            Quando o regime nazista tomou o poder, surgiu a preocupação com a propagação dos seus ideais na sociedade e busca de apoio.A eugenia era amplamente defendida já que os nazistas acreditavam que os arianos eram uma raça pura, e para purificar a sociedade  deveriam ser eliminados todos aqueles que iam contra esse padrão.pois a mistura enfraquecia a raça e diminuía o poder do Estado.[2][3]


Um dos filmes com conteúdo de propaganda nazista : O Judeu Süss


            O cinema foi usado para a propaganda negativa em relação as minorias como por exemplo,judeus,ciganos,deficientes físicos e  mentais.Nos filmes de propaganda estes eram retratados como uma impuros, inferiores e incapazes.No filme de 1937,Vítimas do Passado, mostra a visão nazista sobre a purificação da população.



Cena do Filme Eu acuso!




          Já no filme de 1941,Eu Acuso!, a eutanásia  de uma mulher que tinha esclerose múltipla é mostrada de forma quase que romântica. Mostrando ao público, que a eliminação daqueles que iam contra ao ideal,era aceitável



          
            





    Em 1915 o bondoso doutor Harry J Haiselden chamou atenção dos jornais por ter se recusado a operar um recém nascido e pouco tempo depois o bebe ter morrido .O mesmo médico em 1917 além de produzir, atuou no filme chamado The Black Stork .a história é exatamente o que ocorreu na vida real. No filme o médico defende-se dizendo que mesmo que fizesse a operação, a criança nunca teria uma vida normal.

Cena do filme, no fundo Jesus (fantasma?!) espera receber a criança

            

Documentários


           
            Alguns documentários sobre a eugenia durante o poder nazista são: Arquitetura da Destruição,A ciência e a Suástica e Homo Sapiens 1900.Estes documentários mostram a busca pela perfeição,ligadas a limpeza e higienização da sociedade, eliminando aqueles que eram fora dos padrões.Falam também sobre os médicos e as medidas tomadas para a busca de uma sociedade pura.[4]


Ficção


            No filme 300, no começo do filme, os bebês que possuem alguma deformidade são eliminados.Os espartanos utilizavam a eugenia para selecionar os melhores guerreiros desde bebês.

this is Spartaa

            Em Harry Potter, existem famílias tradicionais de bruxos que se declaram sendo sangue puro, ou seja, não ocorreu nenhuma contaminação de seu sangue com o sangue de trouxas [5](os não bruxos). Eles acreditam que essa contaminação diminui os seus poderes.


Harry,Ron e Hermione

            No filme, Hermione Granger, melhor amiga de Harry Potter, é insultada pelo vilão de cabelo platinado escorrido Draco Malfoy de sangue-ruim.Como Harry não entende nada do universo bruxo por ter sido criado em uma família de trouxas, logo lhe é explicado que os sangue-ruim são filhos de pais trouxas, ou com um dos pais trouxa.
          


           



          No ultimo filme da saga, o grande vilão Voldemort, junto com seus comparsas dão um golpe no ministério da magia e tomam o poder.Nesse período é criado um registro de sangue para bruxos , criando uma verdadeira caça as bruxas. Prendendo, torturando e humilhando os classificados sangue-ruim.

         A louca fixação de Voldemort por sangue puro chega a ser irônica , já que ele próprio era filho de um trouxa.O livro/filme é um dos mais sombrios da saga.No final, após vencer a guerra complicada e muitos morrerem durante a luta,o vilão finalmente é combatido e tudo volta ao normal.







cena do filme.Vincent é considerado Inválido pelo sistema
            Em Gattaca, Vincent Freeman é um rapaz que sofre por ser geneticamente inferior, pois ele não foi fruto de um  processo de seleção em laboratório.Para aqueles que são como ele, só lhes restam os piores empregos.





A busca pelo DNA perfeito criou uma visão eugênica,dividindo a população entre os superiores e os inferiores.Mesmo com todas as dificuldades, Vincent consegue realizar seu sonho, e é mandado para uma missão espacial.

          
 Então é isso...
           
              Filmes ajudam muito a entender a teoria, as motivações e funcionamento da eugenia.Mostram também como pode ser empregada de diversas maneiras de forma sutil ou bem direta.Para mim é ainda muito difícil a aceitar atos que  foram cometidos contra seres humanos em nome da teoria.










Bibliografia

[1] DEL CONT ,V.Francis Galton: eugenia e hereditariedade. Sci. stud. vol.6 no.2 São Paulo Apr./June 2008

[2] KURTZ, A. Alguns documentos de cultura e barbárie de Adolf Hitler, arquiteto da destruição.

[3] PINHEIRO,W.O triunfo do Reich de mil anos: cinema e propaganda política na Alemanha nazista (1933-1945)"

[4] DARLOW, D.; BARON, S. A Ciência e a Suástica:mentes brilhantes a serviço de Hitler.Filme 1.
[5] A autora disse que sua intenção foi usar a palavra "Muggle"(trouxa) na conotação de fool.  A palavra era uma gíria usada por minorias para se referir a pessoas de fora.

http://query.nytimes.com/mem/archive-free/pdf?res=F10C12FE3B5F157A93C7AB178CD85F438185F9 


[matéria publicada em 1917 pelo The New York  Times a respeito da atitude do médico Harry j Haiselden, que não operou um recém nascido]


http://www.imdb.com/find?s=all&q=eugenics [Internet movie data base,todos os filmes já produzidos relacionados com a eugenia]